quarta-feira, 10 de novembro de 2010

ESTUDO DE MERCADO PARA INSTALAÇÃO DE UMA LAVANDARIA NA CIDADE DE BENGUELA

1. Introdução
A prestação de serviço esta presente cada vez mais de forma significativa na vida económica e social e no entretenimento das pessoas. O sector de prestação de serviço, desempenha o papel de um dos líderes da nova onda de expansão económica e tornou-se peça fundamental no processo de crescimento global,
Uma característica essencial e distintiva na sociedade pós industrial, nos dias de hoje, é a ênfase dada a prestação de serviço.
Essa actividade económica proporciona actualmente, embora pouco divulgada, ocupação para uma parte da população. Já tem sido rotina de algumas pessoas de classe media e não só levar roupas para serem lavadas e passadas em lavandarias. Devido a isso, resolveu-se abrir uma lavandaria, inicialmente no segmento domiciliar.

2. Relatórios de actividades

2.1. Definição do negócio
O negócio a ser empreendido será uma lavandaria, inicialmente no segmento domiciliar, como, pretende-se popularizar a lavagem de roupas em lavandarias, as inovações nos serviços prestados serão:
• A quantificação da qualidade de roupa a serem lavadas será feita por cestos, isso fará com que clientes que tenha poucas roupas para lavar por vez vão a lavandaria;
• A exigência de qualidade mínima será estabelecida por quotas mensais, com isso pretende-se fidelizar o cliente.
• A lavandaria disponibilizara serviços de busca e entrega de roupas em domicílio.
a) Necessidades dos clientes
Os clientes dessa lavandaria serão aqueles que tem a necessidade de terem sua roupa lavada e passadas, mais não tem tempo e espaço para executar esse serviço.
b) Grupos de clientes
O grupo de clientes que se pretende atingir inicialmente é o de classe média, principalmente estudantes.
c) Tecnologias utilizadas
As tecnologias a serem utilizadas serão:
• Um computador que ajudara em todo processo desde o cadastramento dos clientes ate no auxílio de cálculos financeiro;
• Máquinas de lavar, centrifugas, secadoras, calandras, bancas de passar e ferros: que serão utilizadas para lavar, secar e passar as roupas dos clientes;
• Motoboys que farão a busca e entrega de roupas ao domicilio.

2.2. Direccionamento estratégico

a) Pontos fortes
 Formação dos sócios: os sócios possuem formação superior no curso de administração;
 A falta de uma lavandaria destinada a classe media, principalmente, a estudantes da cidade de Benguela;
 Crescente inserção da mulher no mercado de trabalho;
 Maior rigor das leis trabalhistas para empregadas domesticas (lavadeiras)
 Aumento do número de pessoas morando em apartamentos (pequenas áreas para lavandarias).

b) Pontos fracos
 Ausência de formação dos sócios na área química;
 Inexperiência dos sócios no ramo de lavandaria;
 Pouco relacionamento devido a maioria dos sócios não serem naturais da cidade de instalação do negócio (Benguela).

c) Recursos e capacidades
O capital disponível, inicialmente para abertura do negócio será 100.000.00 (cem mil kwanzas), proveniente da colaboração de 25.000.00 (vintes e cinco mil kwanzas) de cada sócio. Apesar de não ter sido feito todo o levantamento dos custos necessários para a implementação e funcionamento do negócio, os sócios acham que esta quantia será suficiente pois inicialmente a lavandaria presta serviço básico
O domínio da tecnologia é relativamente baixo devido a apenas dois sócios possuírem uma pequena experiencia de estágios realizados em contacto com este tipo de negócio.

2.3. Fontes de oportunidades
O nicho de oportunidades desse negócio que será implantado é a classe media que não utiliza os serviços de lavandaria por acharem que esses são direccionados apenas a lavagem de roupas especiais da classe alta. Dentro deste nicho, pretende-se atender em especial o segmento de estudantes, devido a:
 Grande numero de estudantes em Benguela;
 Falta de tempo e know-how da parte deste para lavagem e passagem de roupas;
 Falta de espaço de lavandarias nas moradias desses;
Mesmo pretendendo atender em especial esses nicho, a lavandaria também atendera a comunidade em geral.

2.4. Processo de identificação de oportunidade
a) Fontes de ambiente interno
 Todos os sócios tem formação em administração, e eles próprios gerenciarão o negocio.
 Apesar de de todos sócios serem graduados em administração, cada um deles tem afinidade com áreas específicas, as quais actuarão;
 Todos sócios permanecerão na lavandaria para ter maior contacto com os clientes.

b) Fontes relacionada ao ambiente externo
 Nacional.
• Aumento do numero de pessoa morando em apartamentos (pequenas áreas para lavandarias);
• Maior rigor das leis trabalhistas para empregados domésticos);
• Crescente inserção da mulher no mercado de trabalho.

 Local.
• A falta de uma lavandaria destinada a classe media (brechas no mercado);
• Aumento do numero de pessoas morando em apartamento (pequenas áreas para lavandarias).

c) Fontes relacionadas ao ambiente futuro
 Mudança na percepção: o conceito de que somente roupas especiais vão para lavandarias está diminuindo;
 A cada dia as rotinas das pessoas são mais atribuladas, menos tempo para serviços domésticos;
 Desejo de mais tempo para lazer;
 Mudanças sócias e demográficas que fazem com que a demanda de prestação de serviço aumenta cada dia.

2.4.1. Checagem dos factores críticos de sucesso
Como foi identificado e citado nas fontes de oportunidades, o mercado de lavandaria esta em expansão. Este negócio é bastante conhecido mais é promissor devido a mudanças no paradigma de que os serviços de lavandaria são direccionados apenas a lavagem de roupas especiais de classe alta.
O negócio não tem chance de desenvolver barreiras a entrada de competidoras, mais ele cotara com algumas diferenciações, baseada no capital humano e atenção ao cliente (por exemplo, os próprios sócios administradores estarão a todo o momento em contacto com os clientes).
Depois da implementação do negócio, com o aprimoramento do know-how e minimização dos pontos fracos será mais fácil desenvolver e implementar maior número de vantagem competitiva.


2.4.2. Checagem dos nichos de mercados
Para o presente negocio, o mercado alvo está bem definido: família de classe media e estudantes universitários. A expectativa é que se possa atingir uma clientela inicial de 10% das pessoas de classe media na cidade de Benguela


3 - Plano de Marketing
3.1. Analise do sector
Afins de fazer uma análise de sector de lavandarias, foram realizadas pesquisas com concorrentes e possível cliente da lavandaria na cidade de Benguela no período de 1 de Setembro a 1 de Outubro de 2010. Para a realização desta pesquisa foram aplicados questionários estruturados.
Os concorrentes entrevistados representam uma amostra de 30% da população de Benguela. Já a amostra dos estudantes foi composta por 10% da população de cada universidade situada nesta cidade.

3.1.1. Resultados da pesquisa com concorrentes
Segundo 100% dos concorrentes entrevistados, o mercado de lavandaria encontra-se em estágio de crescimento. Sendo que o factor que condiciona este crescimento é o poder aquisitivo da população. Para 50% dos entrevistados, a maior dificuldade para entrar nesse ramo é a demora de retorno do investimento, já para outros 50% é a burocracia para abertura da empresa.
Metade dos entrevistados, afirma que o seu diferencial em relação a seu concorrente é a quantidade de serviço prestado e os outros 50% afirma que o preço é o seu diferencial. E todos os entrevistados afirmam ter como público-alvo estudantes. Os meios de comunicação utilizados pelo entrevistado são:

a) Rádio 50%
b) Cartazes e panfleto 50%

3.1.2. Resultado da pesquisa com estudante
De acordo o com o resultado da pesquisa 73% dos entrevistados não utiliza serviço de lavandaria. Desses 41% não utilizam por acharem destes serviços desnecessário e 34,7% por acharem o preço do serviço da lavandaria elevado. Isso mostra que ainda há um grande mercado a ser explorado pela lavandaria. A pesquisa também revelou que 51% dos entrevistados que não utilizam serviço de lavandaria, passariam a utiliza-lo por falta de tempo e 34,7% se abrisse uma lavandaria com preço mais baixo.

Como é obvio existir uma serie de concorrentes, o serviço que se pretende implementar espera alcançar resultados desejados.
Os serviços personalizados que se pretende prestar terão suporte do motoboys na entrega ao domicílio dos clientes. Uma nova aposta e inovação na prestação de serviço.

Resumo: a empresa de prestação de serviço, desempenha o papel de um dos líderes da nova onda de expansão económica e tornou-se peça fundamental no processo de crescimento global. A inserção da mulher no mercado de trabalho a preocupação da qualidade devida entre outros factores tem aumentado a demanda por serviço. Direccionar a empresa para a satisfação do cliente é entender a qualidade do ponto de vista do cliente. Portanto, devem-se conhecer os valores que contam mais para ele em relação ao produto oferecido. Os valores mais importante para o cliente, aqueles que proporcionam maior satisfação, serão elementos orientadores da estratégia da empresa, tanto para actuar no ambiente externo como para organizar a sua estrutura interna. O negócio a ser empreendido será uma lavandaria, que inicialmente, actuara no seguimento domiciliar com objectivo de popularizar a lavagem de roupas em lavandarias na cidade de Benguela para isso foi feito um estudo do mercado identificando as ameaças e oportunidades e os pontos e fortes na abertura do negocio. O plano de negócio foi desenvolvido para avaliar a evolução do empreendimento ao longo da sua implementação.
Palavras-chave: plano de negócio, análise de mercado, viabilidade de negócio.

Fonte: ALBERTO JUCA, estudante do 4ºAno da Faculdade de Economia e Gestão. Universidade Katiavala Bwila - Benguela

Integração de pessoas portadoras de deficiencia na sociedade

INTRODUÇÃO

As deficiências existem, então, desde os nossos antepassados, é muito comum encontrar uma criança com problema ou dificuldade como: destreza visual – manual, boa coordenação, letra legível, mas que somente copia e não compreende ou interpreta o que escreve.
A orientação a família e aos professores, é de uma importância, visto que uma atitude conjunta pode facilitar as aprendizagens da criança surda sem traumas e grandes dificuldades.
No processo de socialização é importante que se pense em dois momentos; o 1º refere-se a avaliação e preparação da criança e da família para a colaboração da mesma na escola regular. Isto faz-se através de um rigoroso acompanhamento do processo educacional da criança, bem como da sua integração no processo de ensino; fazer com que a sociedade reconheça as suas dificuldades e habilidades, bem com o trabalho com os mesmos.
O trabalho realizado município da Baia-Farta, leva-nos a descrevermos o tratamento de pessoas com necessidades educativas especiais nas quatros comunas do município.
O grupo visitou as localidades da Equimina, Dombe-Grande, Calohanga, Chamume e a sede do município.
Neste trabalho veremos em pormenor a realidade das deficiências neste, ver a sua inclusão no sistema de ensino, sua integração na comunidade, acessibilidade nalgumas instituições visitados, participação da comunidade na integração, inclusão das pessoas portadoras de deficiências, e as dificuldades com que se deparam perante os restantes cidadãos da comunidade.
Em geral o grupo trabalhou nestes aspectos e daremos a nossa sugestão em anexo: apresentaremos algumas imagens e entrevista realizadas.

I.I – CONTEXTUALIZAÇÃO

Para tornar mais esclarecido o nosso trabalho o grupo achou convincente definir o conceito de algumas palavras-chaves fundamentais sem as quais seria impossível realizar a nossa pesquisa.
Auto-estima: é a auto valorização da pessoa e a sua própria aceitação ou valorização perante os outros e a sociedade.
Deficiência: no domínio da saúde, a deficiência representa qualquer perda ou alteração de uma estrutura ou de uma função psicológica, fisiológica ou anatómica.
Integração: segundo Steineman, a integração significa restabelecer de formas comuns de vida, de aprendizagem e de trabalho entre pessoas deficientes e não deficientes. A integração significa participante, ser considerado «fazer parte de» ser levado a sério e ser encorajado. A integração requer a promoção das qualidades próprias de um indivíduo, sem estigmatização e sem segregação, integração pedagogicamente significa, seja no jardim de infância, na escola ou no trabalho, e todas as crianças e adultos deficientes ou não brinquem, aprendam, trabalhem de acordo com o seu nível próprio de desenvolvimento em cooperação com os outros.

Necessidades educativas especiais
São características em relação a aprendizagem que apresenta alguns sujeitos cuja abordagem (aprendizagem) é necessária medida educativa especial (metodológica, estratégia, serviços menos usuais).

Portador de deficiência
É aquela pessoa que apresenta significativas diferenças físicas, sensórias ou intelectuais decorrente de factores inatos ou adquiridos, de carácter temporal ou permanente.

Sociedade
Qualquer reunião de pessoas que encontram unidas pelas mesmas tendências, relação interpessoal e pelas mesmas leis.

QUEM SÃO AS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA?

Na verdade desde que o mundo é mundo sempre houve pessoas com deficiências. Mais nem sempre essas pessoas foram consideradas da mesma maneira.
Anteriormente eram considerados com: retardados, doentinhos, aleijados, surdo-mudo, mongolóides, débeis mentais e outros. Também no passado a sociedade, frequentemente colocou obstáculo a integração dos portadores de deficiências. Receios, medos, superstições, frustrações, explosões, separações, então lentamente presentes desde os tempos da antiga Grécia, em Esparta, onde essas pessoas eram jogadas no alto das montanhas e abandonadas nas florestas.
Na idade media eram frequentemente os apedrejamentos ou a morte nas fogueiras da inquisição das pessoas com deficiências pois eram consideradas como possuídas pelo demónio.
No séc. XIX e no princípio do séc. XX, a esterilização foi usada como método para evitar a reprodução desses seres imperfeitos. O movimento nazista promoveu bastante aniquilação pura e simples das pessoas com deficiências porque não correspondia a pureza da raça ariana.
Paralelamente a estas atitudes estremas de aniquilamento, outra atitudes eram adoptadas como isolamento dessas pessoas em asilo (como na Inglaterra), alem de comportamento marcado por rejeição, vergonha e medo.
Com dinamismo sociocultural, foram diminuindo, alguns preconceitos, é assim que aparecem os termos adequado (pessoa portadora de deficiência, pessoa com deficiência ou pessoa com necessidades educativas especiais. Estes termos sinaliza que em primeiro lugar referimo-nos de uma pessoa que entre os outros atributos e características, tem uma deficiência, mais ela não é esta deficiência.
A partir da revolução francesa e das bandeiras de liberdade, igualdade, fraternidade, estas pessoas passaram a ser objectos de assistência e entregue sobe responsabilidade de organizações caritativas e religiosas.
A pois a 2ª guerra mundial, começam a ser valorizados os direitos humanos: surgem os conceitos de igualdades de oportunidades, direito a diferença, a justiça social e a solidariedade das novas concepções jurídico-políticas, filosóficas e sociais de organizações como a ONU e a UNESCO. As pessoas com deficiências passaram a ser consideradas como possuidoras dos mesmos direitos e deveres dos outros cidadãos e entre eles, os direitos a participação na vida social e sua consequente integração social e profissional.

TIPOS DE DEFICIÊNCIAS ENCONTRADAS

Segundo a OMS, 10% da população de todo país em tempo de paz é constituído por pessoas portadoras de algum tipo de deficiência. Assim sendo os deficientes distribuem-se em:
Deficiência auditiva: perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis na seguinte forma; de 25 a 40 decibéis (db) – surdez leve, de 41 a 55 db – surdez moderada, de 56 a 70 db – surdez acentuada, de 71 a 90 db – surdez severa, acima de 91 db – surdez profunda, e a anacusia.
Deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da física, apresentando-se sob a forma de paraplesia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congénita ou desempenho de funções.
Deficiência visual: a unidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, a pois a melhor correcção, ou campo visual inferior a 20º (tabela de Snellen), ou ocorrência simultânea de ambas as situações.
Deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente inferior à medida, com manifestação antes dos 18 anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como; comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização da comunidade, saúde e segurança, habilidades académicas, lazer e trabalho.
Deficiência múltipla: associação de duas ou mais deficiência primarias (mental, visual, auditiva e física), com comprometimento que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa.
Deficiência visual: é a perda ou redução de capacidade visual em ambos os olhos, em carácter definitivo e que não possa ser melhorado ou corrigido com uso de lentes e tratamento clínico ou cirúrgico. Entre os deficientes visuais tem-se os portadores de cegueira e os de visão subnormal.



ESTRATEGIAS DE INTEGRAÇÃO

1. Filmes mostrando como pessoas com necessidades especiais podem viver integradas em sua comunidade;
2. Palestras com pessoas portadoras de necessidades especiais relatando sua experiencia;
3. Palestras com profissionais acerca da problemática das deficiências;
4. Livros e folhetos informativos sobre deficiência.


RESPONSABILIDADE DA SOCIEDADE COM PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

As pessoas com deficiência são um ente que de todas as formas deve ser integrado nas condições de uma vida normal possível. A pessoa com deficiência motora, visual, auditiva e deficiência múltipla exige das pessoas ditas normais (porque cada um dos seres humanos é de certa maneira, por hipo ou hiper um deficiente), maior cuidado, não no sentido de conserva-lo, mais no esforço de contribuir para sua maior e total integração social, estimulando-a para os exercícios de postura e manipulação, para aumentar a força muscular, manter e aumentar amplitudes, articulares, afim de evitar astrofia muscular tornando-os definitivamente normofuncionais e capazes de realizar actividades que possam garantir a sua inserção satisfazendo assim o desejo de ser útil a sociedade. Esta preocupação, não pode ser apenas do governo, mas também de toda sociedade, entidades privadas, igrejas, família, amigos e as ONG.
Desta maneira estaríamos a cumprir com os princípios proclamado pela declaração de Salamanca (sobre politica e a pratica na área das necessidades educativas especiais) que não é nada mais, que não a reconsideração da declaração dos direitos humanos, isto em 1948.


Estudo de caso em escolas do ensino primario e I ciclo de Benguela

Dados da escola
Escola do Dombe-Grande

Nome do aluno: Rosária Nenhenha
Idade – 8 anos
2ª Classe
Tipo de deficiência: Mental
Professora: Laurinda Canuta

Aproveitamento académico: segundo a professora, a aluna Rosaria apresenta um comportamento fora do normal, dificilmente presta atenção, é super nervosa, bruta com os colegas, gosta de bater e quando olham para fica super alterada. Não gosta de fazer as tarefas mais adora a hora dos exercícios físicos. Segundo os dados da professora diz que Rosária teve paludismo cerebral durante muito tempo. A mesma aluna é pontual e não falta, adora a hora do recreio, mas quando chega a hora de escrever muita das vezes ignora a professora e é capaz de dar as costas ao quadro.

Nome do aluno: Alfredo Domingos
Idade – 10 anos
2ª Classe
Tipo de deficiência: Visual
Professora: Laurinda Canuta

Não foi possível obter o relato dos pais por motivo de se encontrarem ausente. Mas a professora diz que é um aluno com bom aproveitamento, não falta, é pontual, demonstra muita vontade de aprender, faz as tarefas, participa com afinco na educação física, é sociável, interagindo positivamente com os seus colegas, ele não é excluído pela turma.

Nome do aluno: Afonso Luís
Idade -7 anos
2ª Classe
Tipo de deficiência: distúrbio mental
Professora: Laurinda Canuta

Aproveitamento académico: segundo dados da professora, diz que o Luís tem um comportamento mais ou menos normal fazendo os trabalhos de casa de vez em quando, adora a hora dos exercícios físicos. As vezes não aparece na escola e quando vêem muita das vezes só entra depois do intervalo. A professora diz que quando esta bem disposto chega cedo e assiste as aulas até ao fim.

Escola 14 de Abril: Dombe-Grande
Nome do aluno: Maria Kerinha Jinga
Idade – 12 anos
4ª Classe
Tipo de deficiência: Surda e Muda
Pai: António José Cândido Jinga, camponês
Mãe: Cecília César Segunda, vendedora

Através dos pais foi possível saber que Maria é 1ª filha e que tem mais 3 irmãos (dois dos quais são meio irmão).
A mãe fez as consultas todas durante a gravidez; teve parto normal em casa.
A mãe conta que Maria nasceu perfeita, começou a andar com um ano e seis meses e a falar com dois anos. Aos quatro anos teve malária e foi dado quinino; a partir dai deixou de falar e ouvir. Ela gosta muito de brincar e é sociável, segundo a mãe. Tem dias que demonstra vontade de ir a escola, mas outros que se nega a vir; faz as tarefas sem ser obrigada ajuda muito a mãe nas tarefas de casa.
Não há historial na família. Os pais já recorreram a várias consultas, inclusive a Luanda, mas sem efeito.


Professora da Maria Jinga: Lídia Nawele Carvalho
Idade – 44 anos
Habilitações: 11ª Classe
Reside no Dombe-Grande
Felizmente no caso da Maria Jinga podemos ouvir os pais e a professora.
A professora conta-nos que a Maria Jinga tem um aproveitamento negativo, porque não consegue comunicar (interagir) com ela, mesmo com gesto a professora não consegue passar os seus conhecimentos à aluna; diz que Maria não se comunica com os colegas nem com ela (professora), não brinca e isola-se; a aluna é pontual, faz as tarefas quando a professora solicita que vá ao quadro ela vai mas não consegue fazer.
Quando está aflita, consegue pedir para satisfazer as suas necessidades.
Podemos perceber que Maria é acanhada/tímida e que infelizmente a situação de separação dos pais pouco ou nada ajuda no melhoramento da Maria; é notável que nem o pai nem a mãe percebem que a menina necessita de um ambiente saudável para melhorar e ir desenvolvendo paulatinamente.

Nome do aluno: Joaquim Firmino
Idade – 12 anos
2ª Classe
Pai: Zeferino Pedro, 30 anos de idade
Mãe: Kwayela Linda
Escola Primaria do seco, Dombe-Grande
Tipo de deficiência: visual

Historial: O Joaquim dos seus irmãos. Durante a gravidez, a mãe cumpriu com as consultas todas, diz que adoeceu (paludismo) durante a gravidez, mas cumpriu com medicação dada pelos médicos. O Joaquim nasceu no hospital do Dombe-Grande não aparentou ter nenhuma anomalia, começou a andar com um ano e oito meses e a falar com dois anos.
A mãe já não se recorda muito bem a idade mais que desde a altura que teve dor de vista nunca mais melhorou, fez algumas consultas no hospital mais disseram que não podiam fazer muito por ele.
A mãe e o pai são camponeses, o pai estudou até a 3ª Classe mas a mãe não teve acesso a escola.
Aproveitamento académico: segundo o professor considera o aproveitamento do aluno razoável, mas que ao escrever começa da direita para a esquerda. Durante as aulas tem um comportamento normal mas nem sempre traz as tarefas feitas, tem um bom relacionamento com os colegas, é bom e não sofre descriminação e é um menino que gosta muito de jogar a bola.

Nome: Victorino Chico
Idade – 9 anos
1ª Classe
Tipo de deficiência: Mental
Mãe: Madalena José, 40 anos de idade

Historial: Victorino é o quarto filho dos seis irmãos. Segundo a mãe, quando engravidou de Victorino, esteve constantemente doente, mais nem mesmo assim deixou de cumprir com as consultas obrigatórias. Teve um parto normal em casa sem ajuda de ninguém e este menino começou a andar e a falar com dois anos.
O professor mandou chamar a mãe do Victorino porque notou que o menino não assimilava; a mãe diz que ele brinca bem e que o relacionamento em casa com os irmãos é bom e que ajuda nas tarefas de casa.
Segundo o relato do professor, o Victorino a 1ª vista parece muito calmo, é muito esquecido, não participa na aula, não faz as tarefas nem consegue copiar, acabando por ter um aproveitamento negativo.


Nome: Marta Kambonde Mopiche
Idade – 7 anos
Pai: Fernando Sabalo
Mãe: Teresa Delfina, 19 anos de idade (4ª Classe)
Natural de Quilengues – Lubango
Nascido aos 23 de Janeiro de 2003
Vive com os pais
1ª Classe
Tipo deficiência: perturbação da fala
Professor: Domingos P. Livongue
Conversa com a mãe
Marta é 1ª filha do casal Fernando e Teresa, vivem na comuna do Chamume, município da Baia-Farta, província de Benguela.
Marta começou a falar com três anos, mais no ano seguinte detectou-se que não havia desenvolvimento nas suas articulações de sons, as vezes parecia muito aflita para poder comunicar-se com os demais.
Durante a gravidez a mãe de Marta esteve muito doente e diz ter um parto muito difícil. Marta começou a estudar com 6 anos, e mesmo assim a dificuldade de comunicação agravava-se cada vez mais. É uma menina muito alegre, esta sempre motivada para ir a escola, gosta de ajudar nos deveres de casa e faz as tarefas sem a exigência dos pais.

Conversa com o professor
Segundo o professor diz que a Marta tem um grau de assimilação razoável, faz sempre as tarefas e quando não consegue pede ajuda ao professor.

Nome: Genoveva Cambinja Batista
Filha de Luís Batista e de Rosalina Nimbo, natural de Chamume. Nascida aos 13 de Janeiro de 1991.
Tipo de deficiência: Física

Historial: Genoveva é 6ª filha entre os oitos irmãos, adquiriu esta deficiência aos 3 anos de idade. Durante o período de gestação, não houve acompanhamento médico e o parto foi feito em casa. Genoveva é a única filha que durante os 3 anos de idade apanhou a paralisia. Hoje com 19 anos de idade, Genoveva é portadora de deficiência física, não aceita andar com cadeira de roda alegando primeiramente que se sente perturbada e descriminada.

A análise conduzida neste trabalho, permite-nos afirmar de uma forma genérica os factores associados dos portadores de deficiência face a sua integração na sociedade. Dentre eles a descriminação pela sociedade, família e amigos. Essa descriminação segundo os dados inqueridos reflecte-se nas condições socioeconómicas em que se encontram, isto é, em termos de habitação, nível académico, face ao mercado de emprego.
Portanto, de uma forma geral o factor primordial que impede a integração de pessoas com necessidades educativas especiais no município da Baia-Farta é a descriminação.


QUESTIONÁRIO

Atenção: Deves assinalar em apenas uma opção com um X

1. Com quem vives?
a) Com os meus pais
b) Com os meus tios
c) Com os meus avos
2. A tua família se preocupa com as coisas que aprendes na escola?
a) Muito
b) Pouco
c) Nunca
3. Gostas da tua família?
a) Muito
b) Pouco
c) Não
4. Tens muitos irmãos?
a) Sim
b) Não
Se sim, eles são teus amigos e ajudam-te nas tarefas escolares?
a) Muito
b) Pouco
c) Nunca
5. A tua família apoia-te na realização do seu sonho profissional?
a) Muito
b) Pouco
c) Não
6. Os teus amigos gostam de te convidar para um passeio?
a) Sim
b) Não

Nome ________________________________________________ Idade __________ .
Sexo _____ Estado civil _______________ Residência _________________________
Nível de escolaridade: Básico ___ Médio ______ Superior ______ .
Profissão _______________________________________ .

BIBLIOGRAFIA

1. Camara, B, Necessidades Educativas em Angola, UNESCO – Breda 1988.
2. Dicionário Luso-brasileiro de cultura, 5ª edição. Edições verbo, Brasil 1980.
3. Danielle, R, Praticas e métodos em ciências sociais. Edições Gradiva, Lisboa, 1997.
4. Lei constitucional da Republica de Angola. Luanda, 1992.
5. Lei de base da prevenção, reabilitação e integração de pessoas com deficiências. Folheto SNR, nº 6 Lisboa 1997.
6. Material de apoio de inclusão social (ISCED – Benguela) 2007.
7. Material de apoio do secretariado de educação especial (A integração do aluno com deficiência na rede de ensino). Ministério da Educação, Luanda 2008.
8. Material de apoio de Pedagogia geral (ISCED – Benguela), 2008.
9. Sassaki, R, Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro, Brasil, 1997.
10. Silva, a, et ali, Metodologia das ciências sociais, 13ª Edição. Edições afrontamentos, Lisboa 1997.
11. Fontes Orais (MINARS e ISERM).
12. www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/ede/edeimnntn.


Fonte:IRIA ESPERANÇA SONGA Estudante do curso de Educação Especial 3ºAno do ISCED-Benguela

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Violencia Doméstica e Delinquencia Juvenil

o Delinquência Juvenil e

o Violência Domestica.

* Conceito de Delinquência Juvenil

A delinquência juvenil refere-se aos atos criminosos cometidos por menores de idade. Muitos países possuem procedimentos legais e punições diferentes (no geral mais atenuados) aos delinquentes juvenis, em relação a criminosos maiores de idade.

O termo da delinquência juvenil geralmente refere-se a infracções penais cometidas por menores e jovens adultos. A delinquência juvenil é um fenômeno masculino enfaticamente.

Os dados estatísticos mostram que homens jovens são duas vezes mais chances de cometer atos violentos como fêmeas. Quase todos os jovens adultos comete algum tipo de crime durante a sua adolescência.

Suspeito e convicção números de machos jovens são muito mais elevadas do que as raparigas e as mulheres.

Desenvolvimento da delinquência juvenil em jovens do sexo masculino é influenciado por vários fatores. Alguns cientistas acreditam que há uma forte ligação entre a delinquência juvenil masculino e experiências traumáticas. Experiências traumáticas podem conduzir a desolação ea depressão em adolescentes do sexo masculino, e pesquisas indicam que a solidão ea depressão é a principal causa do desenvolvimento da delinqüência entre os jovens adultos. Alguns estudos sugerem que a depressão e isoladas do sexo masculino são cinco vezes mais probabilidade de repetir esse ato que os não deprimidos jovens do sexo masculino.

Além mental e os problemas sociais, tais como problemas familiares famílias monoparentais e passo maternal tratamento, separação real dos pais, maus tratos durante a infância ea violência doméstica, abuso infantil e salientou relação mãe-filho colocar crianças em alto risco de se engajar em atividades, em seguida, os delinqüentes crianças que crescem em ambiente familiar normal e saudável. Eventos estressantes da vida levam machos juvenis a empenhar-se em comportamento anti-social e vandalismo. Mais de 50 por cento do sexo masculino vítimas de abuso infantil ou abusos sexuais tornam-se graves menores delinquentes, antes de atingir maturidade.

Família como a principal instituição de socialização desempenha o papel mais importante na prevenção da delinquência em criança do sexo masculino. Assim, a delinquência juvenil, programas preventivos devem focalizar famílias dos jovens do sexo masculino incomodado. Concebidos programas especiais, como a terapia familiar ou aconselhamento familiar, juventude orientação, educação parental, apoio educacional são necessários para resolver o problema da delinquência juvenil.

Os jovens e a delinquencia juvenil?

qual o papel da familia ,para fazer face a delinquencia juvenil
como o governo pode ajudar travar a delinquencia juvenil

À família cabe a educação geral (incluindo cultura de bom gosto)e religiosa; atenção, carinho e amizade - temperados de prêmios e castigos desde o momento da concepção.
Ao estado/governo cabe dar o suporte para que as famílias tenham ambiente, tempo e paz para fazer o que lhe compete na criação dos filhos (trabalho, segurança, saúde, esporte e lazer) além de oferencer educação complementar de boa qualidade (leia-se escola de boa qualidade - principalmente nas periferias, sempre preteridas, e de onde vem o maior número de delinquentes juvenis).

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Violência doméstica é a violência, explícita ou velada, literalmente praticada dentro de casa ou no âmbito familiar, entre indivíduos unidos por parentesco civil (marido e mulher, sogra, padrasto) ou parentesco natural pai, mãe, filhos, irmãos etc.[1] Inclui diversas práticas, como a violência e o abuso sexual contra as crianças, maus-tratos contra idosos, e violência contra a mulher e contra o homem geralmente nos processos de separação litigiosa além da violência sexual contra o parceiro.


Pode ser dividida em violência física — quando envolve agressão directa, contra pessoas queridas do agredido ou destruição de objectos e pertences do mesmo (patrimonial); violência psicológica — quando envolve agressão verbal, ameaças, gestos e posturas agressivas, jurídicamente produzindo danos morais; e violência sócio-económica, quando envolve o controle da vida social da vítima ou de seus recursos económicos. Também alguns consideram violência doméstica o abandono e a negligência quanto a crianças, parceiros ou idosos. Enquadradas na tipologia proposta por Dahlberg; Krug, [2] na categoria interpessoais, subdividindo-se quanto a natureza Física, Sexual, Psicológica ou de Privação e abandono. Afetando ainda a vida doméstica pode-se incluir da categoria autodirigida o comportamento suicída especialmente o suicídio ampliado (associado ao homicídio de familiares) e de comportamentos de auto-abuso especialmente se consideramos o contexto de causalidade. É mais frequente o uso do termo "violência doméstica" para indicar a violência contra parceiros, contra a esposa, contra o marido e filhos. A expressão substitui outras como "violência contra a mulher". Também existem as expressões "violência no relacionamento", "violência conjugal" e "violência intra-familiar".

Note que o poder num relacionamento envolve geralmente a percepção mútua e expectativas de reação de ambas as partes calcada nos preconceitos e/ou experiências vividas. Uma pessoa pode se considerar como subjugada no relacionamento, enquanto que um observador menos envolvido pode discordar disso.

Mulher no hospital depois que o marido dela a espancou

Muitos casos de violência doméstica encontram-se associados ao consumo de álcool e drogas, pois seu consumo pode tornar a pessoa mais irritável e agressiva especialmente nas crises de abstinência. Nesses casos o agressor pode apresentar inclusive um comportamento absolutamente normal e até mesmo "amável" enquanto sóbrio, o que pode dificultar a decisão da parceiro em denunciá-lo.

Violência e as doenças transmissíveis são as principais causas de morte prematura na humanidade desde tempos imemoriais, com os avanços da medicina, disponbilidade de água potável e melhorias da urbanização a redução das doenças infecciosas e parasitárias, tem voltado o foco da saúde pública para a ocorrência da violência. Contudo como observa Minayo e Souza [3] este é um fenõmeno que requer a colaboração interdisciplinar e ação multiprofissional, sem invalidar o papel da epidemiologia para o dimensionamento e compreensão do proplema alerta para os riscos de reducionismo e necessidade de uma ação pública.

Estatisticamente a violência contra a mulher é muito maior do que a contra o homem. Um estudo realizado em São Paulo [4] encontrou-se quanto à relação autor-vítima, que 1.496 (81,1%) agressões ocorreram entre casais, 213 (11,6%) entre pais/responsáveis e filhos, e 135 (7,3%) entre outros familiares. Esse mesmo estudo referindo-se acerca dos motivos da agressão, os chamados “desentendimentos domésticos” que se referem às discussões ligadas à convivência entre vítima e agressor (educação dos filhos; limpeza e organização da casa; divergência quanto à distribuição das tarefas domésticas) prevaleceram em todos os grupos, fato compreensível se for considerado que o lar foi o local de maior ocorrência das agressões. Para muitos autores, são os fatos corriqueiros e banais os responsáveis pela conversão de agressividade em agressão. Complementa ainda que o sentimento de posse do homem em relação à mulher e filhos, bem como a impunidade, são fatores que generalizam a violência.

Há quem afirme que em geral os homens que batem nas mulheres o fazem entre quatro paredes, para que não sejam vistos por parentes, amigos, familiares e colegas do trabalho. A cultura popular tanto propõe a proteção das mulheres (em mulher não se bate nem com uma flor) como estimula a agressão contra as mulheres (mulher gosta de apanhar) chegando a aceitar o homicídio destas em casos de adultério, em defesa da honra. Outra suposição é que a maioria dos casos de violência doméstica são classes financeiras mais baixas, a classe média e a alta também tem casos, mas as mulheres denunciam menos por vergonha e medo de se exporem e a sua família. Segundo Dias [5] o fenômeno ocorre em todas as classes porém mais visíveis entre os indivíduos com fracos recursos econômicos.

A violência praticada contra o homem também existe, mas o homem tende a esconder mais por vergonha. Pode ter como agente tanto a própria mulher quanto parentes ou amigos, convencidos a espancar ou humilhar o companheiro. Também existem casos em que o homem é pego de surpresa, por exemplo, enquanto dorme. Analisando os denominados crimes passionais a partir de notícias publicadas em jornais Noronha e Daltro [6]identificaram que estes representam 8,7% dos crimes noticiados e que destes 68% (51/75) o agressor era do sexo masculino (companheiro, ex-companheiro, noivo ou namorado) nos crimes ondea mulher é a agressora ressalta-se a circunstância de ser o resultado de uma série de agressões onde a mesma foi vítima.

Género

É impossível discutir a violência doméstica sem discutir os papéis de género, e se eles têm ou não têm impacto nessa violência. Algumas vezes a discussão de género pode encobrir qualquer outro tópico, em razão do grau de emoção que lhe é inerente.

Quando as mulheres passaram a reclamar por seus direitos, maior atenção passou a ser dada com relação à violência doméstica, e hoje o movimento feminista tem como uma de suas principais metas a luta para eliminar esse tipo de violência. O primeiro abrigo para mulheres violentadas foi fundado por Erin Pizzey (1939), nas proximidades de Londres, Inglaterra. Isso aconteceu na década de 1960. Pizzey fez certas críticas a linhas do movimento feminista, afirmando que a violência doméstica nada tinha a ver com o patriarcado, sendo praticada contra vítimas vulneráveis independentemente do sexo...

Estratégias de controle

Como resposta imediata, além do atendimento adequado à vítimas de violência tanto nos aspectos físicos como psicossociais, urge reconhecer a demanda nos termos epidemiológicos que se apresenta. Com essa intenção vem se estabelecendo no Brasil. O sistema de notificação de notificação/investigação individual da violência doméstica, sexual e/ou outras violências através das secretarias estaduais e municipais de saúde após promulgação da lei nº 10778, de 24 de novembro de 2003 que estabeleceu a notificação compulsória, no território nacional, do caso de violência contra a mulher que for atendida em serviços de saúde públicos ou privados.

Além das dificuldades de produzir informações fidedignas da amplitude desses agravos face a natureza burocrática dos sistemas de informação e cultura de omitir tais agravos vergonha ou descrédito nas instituições públicas por parte das vítimas a complexidade do aparelho de Estado ou setores da administração publica onde se insere essa assistência resulta tanto na assistência inadequada a estas como no controle social do fenômeno violência ou seja a prevenção destas ocorrências e punição do agressores.

Para se ter uma idéia da complexidade do fenômeno basta examinarmos a dimensão da rede de instituições envolvidas as Unidades de Saúde do SUS (Pronto Atendimento, Setores de Emergência e da Assistência Hospitalar; Serviços de Saúde Mental) o CRAS Centro de Referência de Assistência Social do SUAS – (Sistema Único de Assistência Social); o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão responsável em fiscalizar se os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Conselho Municipal do Menor e da Criança que administra o Fundo para Infância e Adolescência, a Secretarias de governo (Secretarias de Ação Social, da Mulher, etc), Delegacia da Mulher, Vara de Família e Juizado de Menores etc. A noção rede de serviços propõem a integração dessas instituições contudo as modificações institucionais envolvem determinações de natureza política e cultural ainda inteiramente compreendidas ou controláveis.

Violência Doméstica

O QUE É A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

A violência doméstica é um problema universal que atinge milhares de pessoas, em grande número de vezes de forma silenciosa e dissimuladamente.

Trata-se de um problema que acomete ambos os sexos e não costuma obedecer nenhum nível social, económico, religioso ou cultural específico, como poderiam pensar alguns.

Sua importância é relevante sob dois aspectos; primeiro, devido ao sofrimento indescritível que imputa às suas vítimas, muitas vezes silenciosas e, em segundo, porque, comprovadamente, a violência doméstica, incluindo aí a Negligência Precoce e o Abuso Sexual, podem impedir um bom desenvolvimento físico e mental da vítima.

Segundo o Ministério da Saúde, as agressões constituem a principal causa de morte de jovens entre 5 e 19 anos. A maior parte dessas agressões provém do ambiente doméstico.

A Unicef estima que, diariamente, 18 mil crianças e adolescentes sejam espancados no Brasil. Os acidentes e as violências domésticas provocam 64,4% das mortes de crianças e adolescentes no País, segundo dados de 1997.

TIPOS DE VIOLÊNCIA

Violência Doméstica, segundo alguns autores, é o resultado de agressão física ao companheiro ou companheira. Para outros o envolvimento de crianças também caracterizaria a Violência Doméstica.

A vítima de Violência Doméstica, geralmente, tem pouco auto estima e se encontra atada na relação com quem agride, seja por dependência emocional ou material. O agressor geralmente acusa a vítima de ser responsável pela agressão, a qual acaba sofrendo uma grande culpa e vergonha. A vítima também se sente violada e traída, já que o agressor promete, depois do ato agressor, que nunca mais vai repetir este tipo de comportamento, para depois repeti-lo.

Em algumas situações, felizmente não a maioria, de franca violência doméstica persistem cronicamente porque um dos cônjuges apresenta uma atitude de aceitação e incapacidade de se desligar daquele ambiente, sejam por razões materiais, sejam emocionais. Para entender esse tipo de personalidade persistentemente ligada ao ambiente de violência doméstica poderíamos compará-la com a atitude descrita como co-dependência, encontrada nos lares de alcoolistas e dependentes químicos.

Para entender a violência doméstica, deve-se ter em mente alguns conceitos sobre a dinâmica e diversas faces da violência doméstica, como por exemplo:

VIOLÊNCIA FÍSICA

Violência física é o uso da força com o objectivo de ferir, deixando ou não marcas evidentes. São comuns murros e tapas, agressões com diversos objectos e queimaduras por objectos ou líquidos quentes. Quando a vítima é criança, além da agressão activa e física, também é considerado violência os factos de omissão praticados pelos pais ou responsáveis.

Quando as vítimas são homens, normalmente a violência física não é praticada directamente. Tendo em vista a habitual maior força física dos homens, havendo intenções agressivas, esses factos podem ser cometidos por terceiros, como por exemplo, parentes da mulher ou profissionais contratados para isso. Outra modalidade é as agressões que tomam o homem de surpresa, como por exemplo, durante o sono. Não são incomuns, actualmente, a violência física doméstica contra homens, praticados por namorados (as) ou companheiros (as) dos filhos (as) contra o pai.

Apesar de nossa sociedade parecer obcecada e entorpecida pelos cuidados com as crianças e adolescentes, é bom ressaltar que um bom número de agressões domésticas é cometido contra os pais por adolescentes, assim como contra avós pelos netos ou filhos. Dificilmente encontramos trabalhos nessa área.

Não havendo uma situação de co-dependência do(a) parceiro(a) à situação conflituante do lar, a violência física pode perpetuar-se mediante ameaças de "ser pior" se a vítima reclamar há autoridades ou parentes. Essa questão existe na medida em que as autoridades se omitem ou tornam complicadas as intervenções correctivas.

O abuso do álcool é um forte agravante da violência doméstica física. A Embriagues Patológica é um estado onde a pessoa que bebe torna-se extremamente agressiva, às vezes nem lembrando com detalhes o que tenha feito durante essas crises de furor e ira. Nesse caso, além das dificuldades práticas de coibir a violência, geralmente por omissão das autoridades, ou porque o agressor quando não bebe "é excelente pessoa", segundo as próprias esposas, ou porque é o esteio da família e se for detido todos passarão necessidade, a situação vai persistindo.

Também portadores de Transtorno Explosivo da Personalidade são agressores físicos contumazes. Convém lembrar que, tanto a Embriagues Patológica quanto o Transtorno Explosivo têm tratamento. A Embriagues Patológica pode ser tratada, seja procurando tratar o alcoolismo, seja às custas de anticonvulsivantes (carbamazepina). Estes últimos também úteis no Transtorno Explosivo.

Mesmo reconhecendo as terríveis dificuldades práticas de algumas situações, as mulheres vítimas de violência física podem ter alguma parcela de culpa quando o fato se repete pela 3a. Vez. Na primeira ela não sabia que ele era agressivo. A segunda aconteceu porque ela deu uma chance ao companheiro de corrigir-se mas, na terceira, é indesculpável.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram agredidas fisicamente por seus parceiros entre 10% a 34% das mulheres do mundo. De acordo com a pesquisa “A mulher brasileira nos espaços públicos e privados” – realizada pela Fundação Perseu Abramo em 2001, registrou-se espancamento na ordem de 11% e calcula-se que perto de 6,8 milhões de mulheres já foram espancadas ao menos uma vez.

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

A Violência Psicológica ou Agressão Emocional, às vezes tão ou mais prejudicial que a física, é caracterizada por rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes indeléveis para toda a vida.

Um tipo comum de Agressão Emocional é a que se dá sob a autoria dos comportamentos histéricos, cujo objectivo é mobilizar emocionalmente o outro para satisfazer a necessidade de atenção, carinho e de importância. A intenção do(a) agressor(a) histérico(a) é mobilizar outros membros da família, tendo como chamariz alguma doença, alguma dor, algum problema de saúde, enfim, algum estado que exija atenção, cuidado, compreensão e tolerância.

É muito importante considerar a violência emocional produzida pelas pessoas de personalidade histérica, pelo fato dela ser predominantemente encontrada em mulheres, já que, a quase totalidade dos artigos sobre Violência Doméstica dizem respeito aos homens agredindo mulheres e crianças. Esse é um lado da violência onde o homem sofre mais.

No histérico, o traço prevalente é o “histrionismo”, palavra que significa teatralidade. O histrionismo é um comportamento caracterizado por colorido dramático e com notável tendência em buscar atenção contínua. Normalmente a pessoa histérica conquista seus objectivos através de um comportamento afectado, exagerado, exuberante e por uma representação que varia de acordo com as expectativas da plateia. Mas a natureza do histérico não é só movimento e acção; quando ele percebe que ficar calado, recluso, isolado no quarto ou com ares de “não querer incomodar ninguém” é a atitude de maior impacto para a situação, acaba conseguindo seu objectivo comportando-se dessa forma.

Através das atitudes histriônicas o histérico consegue impedir os demais membros da família a se distraírem, a saírem de casa, e coisas assim. Uma mãe histérica, por exemplo, pode apresentar um quadro de severo mal-estar para que a filha não saia, para que o marido não vá pescar, não vá ao futebol com amigos... A histeria quando acomete homens é pior ainda. O homem histérico é a grande vítima e o maior mártir, cujo sacrifício faz com que todos se sintam culpados.

Outra forma de Violência Emocional é fazer o outro se sentir inferior, dependente, culpado ou omisso é um dos tipos de agressão emocional dissimulada mais terríveis. A mais virulenta atitude com esse objectivo é quando o agressor faz tudo correctamente, impecavelmente certinho, não com o propósito de ensinar, mas para mostrar ao outro o tamanho de sua incompetência. O agressor com esse perfil tem prazer quando o outro se sente inferiorizado, diminuído e incompetente. Normalmente é o tipo de agressão dissimulada pelo pai em relação aos filhos, quando esses não estão saindo exactamente do jeito idealizado ou do marido em relação às esposas.

O comportamento de oposição e aversão é mais um tipo de Agressão Emocional. As pessoas que pretendem agredir se comportam contrariamente àquilo que se espera delas. Demoram no banheiro, quando percebem alguém esperando que saiam logo, deixam as coisas fora do lugar quando isso é reprovado, etc. Até as pequenas coisinhas do dia-a-dia podem servir aos propósitos agressivos, como deixar uma torneira pingando, apertar o creme dental no meio do tubo e coisas assim. Mas isso não serviria de agressão se não fossem atitudes reprováveis por alguém da casa, se não fossem intencionais.

Essa atitude de oposição e aversão costuma ser encontrada em maridos que depreciam a comida da esposa e, por parte da esposa, que, normalmente se aborrecendo com algum sucesso ou admiração ao marido, ridiculariza e coloca qualquer defeito em tudo que ele faça.

Esses agressores estão sempre a justificar as atitudes de oposição como se fossem totalmente irrelevantes, como se estivessem correctas, fossem inevitáveis ou não fossem intencionais. "Mas, de fato a comida estava sem sal... Mas, realmente, fazendo assim fica melhor..." e coisas do género. Entretanto, sabendo que são perfeitamente conhecidos as preferências e estilos de vida dos demais, atitudes irrelevantes e aparentemente inofensivas podem estar sendo propositadamente agressivas.

As ameaças de agressão física (ou de morte), bem como as crises de quebra de utensílios, mobílias e documentos pessoais também são consideradas violência emocional, pois não houve agressão física directa. Quando o(a) cônjuge é impedida(a) de sair de casa, ficando trancado(a) em casa também se constitui em violência psicológica, assim como os casos de controlo excessivo (e ilógico) dos gastos da casa impedindo atitudes corriqueiras, como por exemplo, o uso do telefone.

VIOLÊNCIA VERBAL

A violência verbal normalmente se dá concomitante à violência psicológica. Alguns agressores verbais dirigem sua artilharia contra outros membros da família, incluindo momentos quando estes estão na presença de outras pessoas estranhas ao lar. Em decorrência de sua menor força física e da expectativa da sociedade em relação à violência masculina, a mulher tende a se especializar na violência verbal mas, de fato, esse tipo de violência não é monopólio das mulheres.

Por razões psicológicas íntimas, normalmente decorrentes de complexos e conflitos, algumas pessoas se utilizam da violência verbal infernizando a vida de outras, querendo ouvir, obsessivamente, confissões de coisas que não fizeram. Atravessam noites nessa tortura verbal sem fim. "Você tem outra+o).... Você olhou para fulana+o)... Confesse, você queria ter ficado com ela (e)" e todo tido de questionamento, normalmente argumentados sob o rótulo de um relacionamento que deveria se basear na verdade, ou coisa assim.

A violência verbal existe até na ausência da palavra, ou seja, até em pessoas que permanecem em silêncio. O agressor verbal, vendo que um comentário ou argumento é esperado para o momento, se cala, emudece e, evidentemente, esse silêncio machuca mais do que se tivesse falado alguma coisa.

Nesses casos a arte do agressor está, exactamente, em demonstrar que tem algo a dizer e não diz. Aparenta estar doente mas não se queixa, mostra estar contrariado, "fica bicudo" mas não fala, e assim por diante. Ainda agrava a agressão quando atribui a si a qualidade de "estar quietinho em seu canto", de não se queixar de nada, causando maior sentimento de culpa nos demais.

Ainda dentro desse tipo de violência estão os casos de depreciação da família e do trabalho do outro. Um outro tipo de violência verbal e psicológica diz respeito às ofensas morais. Maridos e esposas costumam ferir moralmente quando insinuam que o outro tem amantes. Muitas vezes a intenção dessas acusações é mobilizar emocionalmente o(a) outro(a), fazê-lo(a) sentir diminuído(a). O mesmo peso de agressividade pode ser dado aos comentários depreciativos sobre o corpo do(a) cônjuge.